Como o emocional pode afetar sua vida financeira; 4 dicas para evitar essa situação

É fato que o desemprego e a inflação no país refletem significativamente no bolso (e em vários outros aspectos) do brasileiro. No entanto, segundo terapeutas financeiros, a dificuldade financeira de pessoas que possuem alguma fonte de renda pode estar relacionada ao emocional. As informações são do “Real Simple”.

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Os especialistas indicam que chegar à raiz emocional dos problemas financeiros pode ser a chave para grandes mudanças. Confira a seguir quatro possíveis motivos da falta de dinheiro relacionada ao emocional e como evitar essa situação.

Medo de repetir o passado

Reproduzir práticas de pessoas ao seu redor pode ser um dos motivos. Talvez, o problema não é que você “não seja boa com dinheiro”, mas sim que seus pais ou as demais pessoas com quem convive não têm/tinham uma boa educação financeira e, sem perceber, você pode passar a repetir esses padrões. 

“Mesmo se pudermos ver os padrões em nosso comportamento, entender de onde eles vêm e saber que talvez nunca tenhamos nada mais modelado para nós, sem o conjunto de habilidades e mentalidade apropriados para buscar ou criar estratégias e ferramentas, estamos destinados a repetir os ‘erros’ que vimos outras pessoas cometerem”, diz a treinadora financeira Hanna J. Morrell.

Segundo Hanna, para solucionar essa situação, é preciso analisar os “erros”, reorientar sua perspectiva e ter a coragem de fazer outras escolhas para não repeti-los. A especialista ainda indica fazer uma reserva de emergência e manter um orçamento e cumpri-lo para evitar futuros problemas financeiros. 

Não acreditar no seu potencial

“A mentalidade da escassez nos diz que não temos o suficiente. O segredo é perguntar a si: ‘Isso é temporário ou vou viver o resto da minha vida assim?’. O cérebro na escassez e na crise (mesmo em uma pequena crise) nos diz que vamos sempre nos sentir como estamos no momento, que essa dificuldade vai durar para sempre. Perguntar a si mesma se será assim para sempre, gentilmente, repele essa mentira enquanto ajuda a mudar a perspectiva. Com uma pequena mudança de perspectiva, você pode fazer escolhas melhores”, reforça Morrell.

A terapeuta Kelley Kitley acredita no poder das palavras. “Se sempre ou normalmente pensamos que não temos o suficiente, atrairemos isso. Mas se tivermos uma mentalidade de abundância, talvez possamos atrair abundância e permiti-la fluir”, diz.

Kelley indica fazer uma lista de coisas que aprecia, como tomar um café da manhã e fazer um passeio, por exemplo. Segundo ela, a vida básica tende a ser vista como certa, logo, mudar para um foco de “suficiente” e “abundância”, te permite atrai-la e encontrar valorização em tudo.

Baixa autoestima

A baixa autoestima também pode estar sabotando seu dinheiro. A autora de livros de finanças, Erin Skye Kelly, esclarece que não estar bem consigo pode desencadear em compras compulsivas e sem necessidade para aliviar o sentimento. Para entender como funciona essa situação, ela divide os comportamentos humanos em quatro áreas principais: 1 — coisas que podem não parecer boas, mas são; 2 — coisas que nos fazem sentir bem e são boas; 3 — coisas que parecem boas, mas não são; 4 — coisas que não parecem boas e não são.

“Quando você tem problemas de autoestima, geralmente é porque tem muitos hábitos que se enquadram nos números 3 e 4, ou seja, coisas que não são boas para você (gastos excessivos, endividamento, falta de orçamento, não ter uma reserva de emergência, entre outros). A maneira de melhorar isso é praticar mais atividades ou construir hábitos que se enquadram nas categorias 1 e 2”, ressalta Kelly.

Trauma não processado

Existe uma série de problemas financeiros que afetam as pessoas, e a forma com que lidam com eles pode trazer outras consequências. A psicóloga clínica Annie M. Varvaryan diz que adicionar uma “camada” de trauma, como a perda de um familiar, divórcio ou doença, complica essas situações.

“Você pode estar lidando com o trauma gastando mais dinheiro ou até mesmo não pagando as contas. Gastos excessivos e decisões financeiras impulsivas são mecanismos de enfrentamento. Assim que a pessoa tiver consciência do que está acontecendo com ela, poderá decidir se isso é útil ou não para seu processo de cura, perguntando: ‘Estou realmente me curando ao comprar coisas novas?’, ‘O que preciso fazer para solucionar esse sentimento?’,  ‘Como eu poderia usar o dinheiro de forma consciente para me recompensar, sem evitar meus sentimentos ou experiências anteriores?’”, explica Varvaryan. 

Para trabalhar os sentimentos que sabotam a vida financeira, a especialista indica se envolver em outros hábitos, como passar mais tempo na natureza, ficar com pessoas de confiança, escrever os pensamentos em um diário, ouvir música e buscar ajuda de um terapeuta

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