O Censo do Sexo 2022, com a proximidade do Halloween, perguntou quais os fetiches mais comuns dos brasileiros.
O resultado da pesquisa, que contou com a participação de 1813 pessoas de todos os gêneros, orientações sexuais e residentes de todas as regiões do Brasil, foi enviado em primeira mão à IstoÉ, nesta sexta-feira (21). A preferência por parceiro de mesmo posicionamento político, apurada no mesmo Censo do Sexo, inclusive, já foi adiantada anteriormente em matéria no site.
Sobre fetiche, a resposta principal, com 51% das pessoas, foi o sexo a três. BDSM (bondage, disciplina, dominação-submissão e sado-masoquismo) vem em seguida, junto de fazer sexo em público. Depois, seguem o “golden shower”, (“chuva dourada” ou “chuva de urina”, em inglês), o “cross dressing” (“vestir-se de outro gênero”, em inglês) e o fetiche por pés.
Entre os heterossexuais, o sexo a três é o campeão das fantasias sexuais, seguido por sexo anal e sexo em público. Para os bissexuais, o sexo a três também desperta os maiores desejos, seguido por BDSM e sexo em público. Entre os homossexuais, o sexo a três também é o campeão entre os fetiches, junto com BDSM e Voyerismo. Os pansexuais também querem experiências a três, BDSM e sexo em público.
“O fetiche constitui um desvio da sexualidade dita ‘normal’, que corresponde ao que se estabeleceu como regra. Logo, o fetiche sempre vai estar relacionado aos tabus da época, e como todo tabu, basta proibir, dizer ‘não pode’, que a excitação é certa”, comenta a psicóloga Joana Waldorf.
“Os dados apresentados mostram o sexo a três, o BDSM e sexo em público como principais citados. São três grandes tabus. O sexo a três, por exemplo, foge a norma monogâmica. O BDSM fala de controle, dor, sadismo e masoquismo, sentir e infligir dor. A dor durante muito tempo foi associada a absolvição de pecado, práticas como expiação, ‘purificação’ dos corpos ‘impuros'”, explica Joana.
“Em relação ao sexo em público, a excitação, muitas vezes, aparece por envolver o risco de ser flagrade e/ou um exibicionismo, o que, por lei, é um atentado ao pudor. Tudo isso, de certa forma, passa por proibições, inclusive jurídicas, que acabam por aumentar a tensão das práticas e fantasias”, complementa a profissional.
A pesquisa, exclusiva da sextech, marca um novo momento da sociedade brasileira.
Derek Derzevic, pesquisador e cofundador da pantynova, considera o Censo do Sexo um avanço para a sociedade no tocante aos tabus.
“Acreditamos que o bem-estar sexual passa pelo autoconhecimento e que é fundamental para a autoestima, nesse sentido, os dados apresentados podem ajudar no entendimento da sexualidade individual (quando cada pessoa se vê como parte de uma sociedade) e coletiva”, diz Derek.
“O Censo do Sexo é um start para muitas conversas. Entendemos que os dados vão nos ajudar a ampliar ainda mais o diálogo sobre sexualidade no Brasil. O objetivo da pantynova, como empresa, é desmistificar tabus e empoderar os brasileiros em relação à sua sexualidade que deve ser cuidada, tanto quanto se cuida de outras partes do seu corpo”, finaliza.