Assistir televisão é uma prática comum e considerada “inofensiva”, mas que pode impactar significativamente na saúde, segundo um novo estudo publicado no European Journal of Preventative Cardiology.
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Pesquisadores reuniram dados de três grandes estudos sobre a ligação entre o hábito de assistir televisão e o tromboembolismo venoso (TEV), condição que consiste na formação de coágulos sanguíneos que prejudicam o fluxo de sangue e pode levar à morte. Os estudos analisados, realizados nos Estados Unidos e no Japão, contaram com mais de 131 mil participantes com idades médias de 54 a 65 anos e sem históricos de TEV. A duração média dos estudos variou de cinco a 20 anos, períodos em que foram notificados 964 casos de TEV.
A pesquisa
Os participantes foram separados em duas categorias — pessoas que assistiam TV menos de 2,5 horas por dia versus telespectadores que passavam mais de 4 horas assistindo —, e a partir disso foi possível constatar que aqueles que passavam pelo menos quatro horas diárias assistindo televisão tinham um risco maior de desenvolver coágulos sanguíneos.
Segundo os resultados observados, os participantes que passavam mais tempo na TV diariamente tinham uma chance 35% maior de desenvolver essas complicações potencialmente fatais, independente da idade, sexo e índice de massa corporal (IMC).
Vale ressaltar que as descobertas em questão são observacionais e não garantem que assistir TV realmente possa causar coágulos sanguíneos. Em comunicado, o autor do estudo, Setor Kunutsor, explicou que a visualização prolongada de TV envolve imobilização — muita vezes acompanhada do consumo de alimentos não saudáveis —, considerada um fator de risco para o desenvolvimento de TEV.
“Nossos resultados sugerem que devemos limitar o tempo que passamos em frente à televisão. Longos períodos de TV devem ser intercalados com movimentos para manter a circulação. De modo geral, se você passa boa parte do dia sentada — por exemplo, se seu trabalho envolve ficar sentada por horas mexendo no computador — certifique-se de levantar e se movimentar ocasionalmente”, aconselhou Kunutsor.