A obesidade é uma questão de saúde cada vez mais comum no Brasil e no mundo. Conforme a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de obesos a partir dos 20 anos mais que dobrou no País entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. As mulheres foram as mais atingidas, subindo de 14,5% para 30,2% , enquanto os homens saíram de 9,6% para 22,8%. Os dados alertam que a condição que pode trazer inúmeras consequências à saúde física e mental e ao bem-estar, além de comprometer, inclusive, a longevidade. Por isso, 4 de março destaca a campanha do Dia Mundial da Obesidade.
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Vencer a obesidade é desafiador e requer acompanhamento profissional interdisciplinar. Na maioria dos casos, além da dieta, outras alternativas são necessárias, como a cirurgia bariátrica ou a inserção de um balão gástrico. No entanto, se submeter a procedimentos invasivos tende a preocupar muitos pacientes. Contudo, a boa notícia é que chegou ao Brasil uma novidade que promete fazer perder 7 quilos só no primeiro mês — e o melhor, sem anestesia e cortes.
A última tecnologia que acaba de chegar ao Brasil é o balão gástrico deglutível, da empresa francesa Allurion. De acordo com o gastroenterologista Felipe Matz, membro da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e Diretor Médico da clínica ENDOdiagnostic, no Rio de Janeiro, a novidade permite que o dispositivo seja colocado com o paciente acordado, sem sedação, através da deglutição de uma cápsula, com auxílio de água apenas. “Após isso, realizamos uma radiografia para confirmar que o balão esteja localizado no estômago. Em seguida, fazemos a insuflação da prótese e o procedimento leva em torno de 20 minutos. O paciente vai embora para casa logo em seguida”, explica o médico.
Além da forma de colocação mais prática e eficiente, outro diferencial do novo balão Allurion é a tecnologia disponível no pós-procedimento. Através de uma balança digital e smart watch, o médico consegue acompanhar a perda de peso do paciente em tempo real.
Com experiência de mais de 15 anos na área, Felipe Matz, que já fez o procedimento em mais de 5 mil pacientes, explica que seu público é constituído 80% por mulheres e 20% por homens. Segundo ele, o balão gástrico deglutível é indicado para pacientes de sobrepeso com IMC (Índice de massa corporal) acima de 27, assim como qualquer grau de obesidade, a partir de IMC 30, e que não desejam passar por procedimento médico e anestesia.
A novidade, assim como as opções convencionais, tem possíveis efeitos colaterais, como desconforto abdominal nos primeiros três dias, náuseas, vômitos ou dor local. “Temos um protocolo de conforto para o paciente, ministrando algumas medicações nesse período. Assim que os sintomas passam, as medicações são retiradas por não haver mais necessidade”, informa Felipe.