De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de brasileiras sofrem com endometriose. A doença, que consiste em parte do tecido que reveste o útero crescer fora do órgão, é relativamente comum em mulheres. Entre os sintomas estão dor na parte inferior das costas e do abdômen, dor na pélvis, vagina ou no reto, dor durante a relação sexual, menstruação irregular, além de outros problemas.
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Pensando em alternativas para reduzir o uso de hormônios sintéticos no tratamento da endometriose, um artigo publicado pelo Laboratório de Neurofarmacologia da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, aponta o THC (Tetra-hidrocanabinol, principal componente ativo da maconha) como responsável por diminuir a dor e limitar o desenvolvimento de cistos endometriais em camundongos.
O motivo para o THC ter um efeito tão positivo para combater a endometriose é que os órgãos pélvicos femininos possuem uma densidade muito alta de receptores de canabinóides, fazendo com que o tratamento baseado nesse composto seja muito promissor, de acordo com um estudo da Medical Cannabis Network.
E é bom que, cada vez mais surjam tratamentos eficazes. Além de todos os males citados no começo deste texto, a doença compromete a fertilidade.
“A endometriose, patologia relativamente frequente entre mulheres na fase reprodutiva, compromete enormemente a qualidade de vida pela dor severa e por complicações genito-urinárias. Estudos demonstram que a cannabis atua na melhora da dor, com recuperação da qualidade de vida e diminuição de complicações”, explica a médica Maria Teresa Jacob, especialista em tratamentos com cannabis.
Já existem dois ensaios clínicos com fitocanabinóides em andamento, a fim de confirmar e trazer evidências mais robustas no uso da cannabis medicinal para um tratamento eficaz contra a endometriose e outras doenças ginecológicas.