Mundialmente, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres e a principal causa de morte feminina no Brasil. Contudo, o diagnóstico positivo afeta a saúde psicológica e física, pois além de se preocupar com a gravidade da doença, muitas pacientes temem pelo seu processo e tratamento.
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Em certos casos, a mastectomia — cirurgia de retirada da mama — pode ser indicada como alternativa ao tratamento ou prevenção de incidência ou avanço do câncer. Embora muitas vezes eficaz, a opção tende a refletir na autoestima feminina. Entretanto, mulheres que passam por esse procedimento podem retomar a estética dos seios através da cirurgia de reconstrução de mama.
Toda paciente pode realizar a cirurgia de reconstrução de mama?
Segundo Marcelo Sampaio, cirurgião plástico do Hospital Sírio Libanês (SP), pacientes que optarem pela colocação da prótese de mama podem realizar o procedimento na mesma cirurgia de mastectomia.
No entanto, a reconstrução imediata não é a única alternativa. Qualquer mulher, no momento em que se sentir preparada, pode optar pela cirurgia plástica após a conclusão do tratamento oncológico.
“Para que a reconstrução seja realizada, a paciente deve passar por uma avaliação clínica e oncológica. Estando apta, o procedimento pode ser realizado sem problemas”, garante o médico.
O que você deve saber antes de optar pela cirurgia plástica
As cirurgias de reconstrução são as mais complexas e sofisticadas, conforme o especialista. “Dentro da cirurgia plástica é sempre um desafio. Envolve reconstrução e estética. É a criação de um novo órgão usando os tecidos da própria paciente e eventualmente as próteses de silicone.”
Para evitar exagero, assimetria ou artificialidade no resultado, a escolha da prótese é indicada pelo cirurgião plástico, baseada nas dimensões da mama retirada e seu volume. Além disso, softwares especiais podem auxiliar.
Existem próteses especiais utilizadas nas reconstruções de mama, chamadas próteses expansoras (de uso provisório), utilizadas em caso de falta pele para inserção do silicone.
“Elas são inseridas com o volume reduzido e por meio de uma válvula se adiciona soro fisiológico. Desta forma a pele vai expandindo, a exemplo do que acontece com o abdômen na gravidez, e a mama vai ganhando volume e forma”, explica Marcelo.
Em casos mais radicais, como caracteriza o médico, é possível “transferir pele de outras regiões do corpo. Os dois locais comumente doadores de pele para a mama são o abdômen e a região das costas”, diz.
A cirurgia é considerada segura e os cuidados de pré e pós-operatório são os mesmos indicados para pacientes que operam por estética. Em ambos os casos, a recomendação do médico é realizar exames de mama conforme os protocolos e consultar periodicamente um mastologista.
Para finalizar, o especialista alerta: “A atenção especial deve ser dada ao emocional. As pessoas ficam muito fragilizadas diante do diagnóstico do câncer. Mesmo sabendo que em relação à mama a possibilidade de cura é enorme”.