Aqui está uma grande verdade: a maioria das pessoas provavelmente tem algum tipo de herpes (sim, você pode ter e nem sabe!). Estima-se que 67% das pessoas em todo o mundo com menos de 50 anos tenham herpes oral (HSV-1), e 11% carregam a versão genital (HSV-2), de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Além disso, estima-se que 90% das pessoas tenham sido expostas ao vírus até os 50 anos. Contudo, os números provavelmente são mais altos do que isso, já que muitas pessoas sem sintomas não são diagnosticadas.
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No entanto, apesar da prevalência do vírus, o estigma que cerca o herpes é real. Isso, inclusive, pode fazer com que dizer a um novo parceiro sobre seu estado de saúde seja difícil e intimidador.
Mas “se você for diagnosticado, não entre em pânico”, diz Sarah Watson, terapeuta sexual nos Estados Unidos. Herpes não é uma sentença de morte para sua vida sexual, mas você precisa informar seus parceiros, assim como você precisaria dizer a eles se tiver alguma outra DST. Abaixo você confere algumas dicas para abrir o jogo da forma mais confortável e indolor possível.
Como contar que tenho herpes?
1. Vá preparada
Ter herpes pode ser chocante. Watson sugere que o problema seja simplificado com uma frase como: “Tem algo que preciso compartilhar com você e espero que você esteja aberto para ter uma conversa sobre isso”.
“Componha um roteiro se ele ajudar a expressar o que você está sentindo. Entenda se seu parceiro pode querer informações detalhadas ou informações médicas superficiais”, orienta Sheila Loanzon, obstetra e ginecologista nos Estados Unidos.
“Seu parceiro provavelmente terá dúvidas. Você poderá fornecer informações precisas e que acalmem os nervos para que seu status pareça tão normal quanto realmente é”, diz Loanzon.
Explique que o herpes é muito mais comum do que as pessoas imaginam. Estima-se que 776 mil pessoas nos Estados Unidos sejam infectadas a cada ano, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention.
Além disso, esteja preparada para dizer se você está tomando medicamento para administrar qualquer surto, e exatamente como isso pode reduzir o risco de infecção.
2. O tempo é tudo
“Conte para um parceiro quando você achar que as coisas podem ficar sexualmente íntimas entre vocês”, diz Loanzon. “Talvez seja depois do seu segundo encontro, talvez seja quando você entra em um relacionamento exclusivo.” Só não espere até estar no calor do momento e com tesão para ter uma discussão real sobre a sua história de DST.
3. Considere a localização
Você pode não querer fazer este anúncio no meio de um restaurante lotado, mas como Watson aconselha, também pode não querer conversar deitada na cama com o parceiro.
“Escolha um lugar tranquilo onde você é capaz de falar livremente, sem se preocupar se alguém está ouvindo”, diz Loanzon. “A conversa pode se tornar emocionalmente carregada e perturbadora. Por isso é melhor estar em um lugar seguro e livre de distrações.”
Talvez em sua casa ou na dele – algum lugar com saída fácil, para o caso de alguém se sentir desconfortável.
4. Canalize essa confiança
Este é um momento estressante, com certeza, mas Loanzon enfatiza que a confiança ajuda a seguir o mais suavemente possível. “É importante perceber que existem muitas pessoas vivendo com o vírus com sucesso e feliz”, diz ela. “Ser herpes-positivo não significa que você não é amável. Você pode se surpreender: quando você contar, ele pode revelar que tem herpes também!”
“Este vírus não define você”, acrescenta Watson. “Isso é algo com o qual você tem que conviver e muito provavelmente significa apenas tomar uma pílula diariamente e usar proteção. Não deixe o estigma assumir. Você não é o vírus, você não optou por contraí-lo.”
5. Lembre-se que os idiotas não merecem o seu tempo
Não importa o quão cheio de preconceitos é o herpes, ele existe, e isso pode significar que o seu parceiro reaja de uma maneira menos satisfatória quando você falar sobre isso. “Por favor, perceba que os outros podem ter medo do vírus, não de você!”
Loanzon salienta, ao mesmo tempo, algo importante: “Herpes pode ser um filtro natural para namoro, para eliminar aqueles que não a cercam de apoio e amor. Se alguém responder de forma negativa ou ignorante”, observa Watson, “talvez você não consiga mudar sua opinião com informações. Deixe-as ir.”
Você tem que ser flexível neste momento. Portanto, por mais que você faça o seu melhor para educar seu parceiro, não deve tentar convencê-lo a ficar por perto se ele não tiver uma boa reação. Se alguém agir de forma ofensiva ou ficar com medo do diagnóstico, provavelmente não valerá seu tempo a longo prazo.