Muitos cosméticos e remédios informam nos rótulos a presença de plantas em suas formulações. Mas será que elas estão ali de verdade? Essa dúvida torna importante saber como identificar se elas fazem parte da composição ou não, além de pesquisar e entender o tratamento que elas recebem antes de virar matéria prima.
Fernando Amaral, osmólogo e CEO da empresa de óleos essenciais e cosméticos veganos WNF, explica um pouco desse processo e do poder que a natureza tem em nossas vidas.
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“Todos os ingredientes da formulação devem ser declarados no contra-rótulo da embalagem. Isso faz parte da regra de ética regulamentada pelas agências reguladoras do setor de cosméticos. As plantas sempre precisam aparecer com nome científico da espécie atrás do rótulo, é importante o consumidor verificar na hora da compra”, diz. Ou seja, provavelmente o nome da planta estará em latim.
Segundo o profissional, os cosméticos em que as plantinhas mais aparecem são xampus, condicionadores, sabonetes, máscaras faciais, hidratantes corporais, sérum facial, óleos essenciais e vegetais. Mas nem sempre as empresas falam a verdade e, por isso, é importantíssimo ficar atenta.
“Para saber se o produto tem mesmo plantas em sua formulação é preciso conferir o rótulo da embalagem e a nomenclatura usada na descrição da composição. Infelizmente, algumas empresas tentam burlar o sistema e manipulam essas informações.”
Portanto, a informação é sempre a melhor aliada. Na hora de escolher a marca do produto natural, busque sempre avaliações de pessoas que já usaram, pesquise sobre a empresa em si e sua reputação. Fernando conta que produtos com plantas devem ter selo de qualidade.
“Certificações orgânicas ou de ingredientes naturais garantem a presença das plantas quando certificadas por empresas como o IBD e Ecocert. Nem todas as plantas utilizadas são de cultivo orgânico, por isso o Selo de ingredientes naturais é necessário para a comprovação.”
Para isso, a planta precisa passar por um rigoroso processo de produção, seja em um herbanário homologado ou, quando não certificada, por testes de controle de qualidade e quarentena. “As plantas devem ser monitoradas durante sua vida toda, da técnica de cultivo até o momento que são colhidas para fabricação dos produtos. É extraído seu princípio ativo ou produto base e controlado em laboratório para avaliação dos teores dos componentes que determinam as suas propriedades e aplicações”, diz o osmólogo.
“Passando em todos os testes, acrescenta-se ao laudo do fornecedor o certificado de origem, tudo para que o consumidor tenha garantia de adquirir um produto puro e verdadeiro”, explica. Fernando deixa claro que muitas empresas dificultam a terminologia para “mascararem” a real proposta do produto. “Quem quer vender um produto adequado, vai tentar esclarecer, e não confundir quem consome. Quando escreve óleo essencial puro, extrato de determinada planta ou alguma funcionalidade da planta, está respeitando as regras e colocando ali ao encontro do consumidor as informações que ele precisa.”
As plantas que são mais imitadas para chamarem a atenção do consumidor, são: lavanda, alecrim e sândalo. Esses produtos não terão o nome científico da planta em sua composição, e deveriam indicar “essência de….”. “Quando a empresa quer deixar claro ela vai deixar, quando começa a florear muito é necessário desconfiar. E tem que seguir o contrarrótulo para ver se tem planta dentro do produto”, finaliza o profissional.