Ter o poder de escolha do melhor momento para ter um filho é o desejo de muitas mulheres que almejam a maternidade. No entanto, concretizar todas as “exigências” antes da gravidez pode levar tempo e, com ele, a fertilidade. Para quem deseja eliminar essa condição, a criopreservação é uma boa aposta, pois permite que homens e mulheres preservem suas células ou tecidos biológicos através do congelamento.
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A especialista em reprodução humana Paula Fettback descreve a criopreservação como um conjunto de técnicas combinadas que possibilita preservar óvulos, espermatozoides ou embriões (óvulo fecundado pelo espermatozoide) enquanto a opção de trazer um bebê ao mundo não amadurece ou não pode se concretizar.
Embora a função do método seja objetiva, muitas dúvidas permeiam o assunto, por isso a especialista esclarece cinco questões comuns; veja a seguir:
Quando aderir ao método é a melhor opção?
A decisão de aderir ao método é particular, e deve atender as necessidades e desejos individuais de quem o opta. Segundo Paula, “em geral, o congelamento de embriões é procurado por casais que têm uma união estável, já decidiram que querem ter um filho e aguardam o momento mais oportuno para concretizar esse desejo”.
A técnica também é indicada para mulheres mais velhas, principalmente após os 38 anos, visto que a partir dessa idade os resultados do congelamento de óvulos são menores e/ou faz com que seja necessário um número muito elevado de óvulos para maiores taxas de sucesso.
Paula destaca outras condições comuns em que o método é recomendado: mulheres ou casais que já têm filhos e planejam ou têm dúvidas de aumentar a prole futuramente, pacientes oncológicas e grupos de maior risco, como endometriose profunda, doenças autoimunes ou histórico familiar de menopausa precoce.
Qual é o período ideal para realizar o congelamento de óvulos ou de embriões?
O momento ideal também é particular, conforme os desejos e objetivos de cada paciente. A especialista reforça: “Essa é uma decisão que deve partir da mulher, considerando a sua vontade e o seu quadro clínico”.
O congelamento de óvulos pode ser realizado em toda mulher que desejá-lo. No entanto, é importante considerar que quanto mais jovem for o óvulo, maiores são as chances de sucesso do processo até o nascimento do bebê. “No cenário ideal, inicialmente, o congelamento deveria ser considerado por toda mulher que passou dos 30 anos, e por alguma razão necessita ou deseja adiar a maternidade”, destaca Fettback.
Como é o processo de congelamento de óvulos ou de embriões?
O processo é considerado simples, mas delicado. É consumado a partir de aplicações de hormônios para hiperestimular a produção de óvulos, que na sequência são retirados diretamente do ovário por um procedimento cirúrgico minimamente invasivo e guiado por ultrassom transvaginal. O procedimento é feito sob anestesia.
Quando a criopreservação de espermatozoide é indicada?
Os homens também podem se beneficiar — e para eles a idade não tem o mesmo impacto da mulher. Assim como nos demais casos, a criopreservação de espermatozoides também deve ser uma decisão particular.
O procedimento ainda é recomendado para pacientes com caso de varicocele avançada previamente a cirurgia, oncológicos, principalmente com câncer de testículo ou câncer de próstata, que desejam a paternidade.
A coleta do espermatozoide é simples, normalmente realizada pela ação física natural. “Raros são os casos em que há a necessidade de procedimentos cirúrgicos e invasivos”, pondera a especialista em reprodução humana.
Quais devem ser os cuidados antes da criopreservação?
“O ideal é que seja realizada uma análise clínica completa dos envolvidos antes de iniciar o tratamento. Isso inclui preparo psicológico, emocional e físico, inclusive com suplementos vitamínicos e avaliação nutricional. Em alguns casos, associa-se equipes multidisciplinares”, explica Paula Fettback.
Ao optar pela criopreservação, é preciso se certificar de que todo o processo seja realizado por profissionais de saúde e laboratórios com experiência, conhecimento e especialização do método.