De inchaço a trombose: quais os riscos dos tratamentos estéticos. Foto: pexels
Paciente deve montar checklist de perguntas antes de aceitar cirurgias ou procedimentos estéticos
Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein
Quem procura por cirurgias plásticas ou tratamentos estéticos não espera que o pior cenário aconteça. Mas os riscos dos procedimentos precisam ser avaliados antes de tomar qualquer decisão, a fim de evitar a situação vivenciada pela ex-modelo canadense Linda Evangelista.
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Somente depois de passar pelas sessões de criolipólise — técnica não invasiva que visa destruir as células de gordura a partir do resfriamento —, a ex-modelo foi informada de que poderia haver reações, embora raras.
Segundo publicou em uma rede social, Linda desenvolveu hiperplasia adiposa paradoxal (HAP), condição que não apenas prejudicou o resultado do procedimento, como aumentou a camada de gordura que ela pretendia diminuir.
De acordo com Newton Morais, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, o problema ocorre quando as células de gordura, que deveriam ser eliminadas pela técnica, aumentam de tamanho e adotam uma consistência diferente. “Para corrigir a deformação, somente com lipoaspiração”, destaca.
O especialista ressalta que, no passado, sequelas como essa ocorriam com mais frequência devido aos aparelhos antigos. Hoje, é considerada mais segura.
Efeitos ainda comuns são pequenos hematomas no local, dor tardia (depois do quinto dia) e inchaço na região. Para diminuir o risco de intercorrências, é necessário procurar clínicas ou consultórios dermatológicos com o registro para esse método.
A ex-modelo declarou que, como o procedimento a deixou “permanentemente deformada” e “irreconhecível”, entrou com um processo contra a clínica por negligência, propaganda enganosa e por não ter sido alertada dos possíveis efeitos.
O que prestar atenção antes dos procedimentos?
Quando decidir por uma intervenção estética ou cirurgia plástica, é importante incluir na lista de perguntas aos profissionais quais os efeitos colaterais que podem surgir, ainda que raros, quais os riscos e se aquela técnica é indicada para o perfil do paciente.
A lipoaspiração, por exemplo, não tem por finalidade “emagrecer”, segundo explica Marcelo Sampaio, cirurgião plástico e especialista em cirurgia geral Hospital das Clínicas (USP), e não é recomendada a pacientes com obesidade, por exemplo.
“A técnica é indicada para remover a gordura localizada. As pessoas confundem e acham que é para emagrecer”, diz Sampaio. Ele reforça que, por ser um procedimento invasivo, oferece os mesmos riscos que uma cirurgia comum. Sendo assim, deve ser feito em um ambiente hospitalar.
Dos efeitos mais frequentes, Sampaio lista trombose, alergias, sangramentos e infecções. Além disso, há regras para a realização da lipoaspiração: o médico só pode retirar até 7% do peso de gordura do paciente e 25% da superfície corporal.
Ao fazer a cirurgia, é necessário que o indivíduo também tenha cuidados no pós-operatório. É importante, por exemplo, evitar sol e esforço físico. Dessa forma, terá um menor risco de sofrer com manchas e edemas na pele.
Exames e avaliações
Antes de procedimentos invasivos, os especialistas devem se certificar que os pacientes estão em condições adequadas. Para isso, devem ser solicitados exames de sangue e do coração, e uma investigação do histórico de saúde.
“As pessoas que passaram pela covid-19 têm um status de coagulação sanguínea diferente. Com o exame, é possível evitar risco de tromboses”, exemplifica Sampaio.
Cheque as credenciais dos profissionais
Outro passo importante é procurar por especialistas capacitados, que sigam todos os protocolos exigidos pelos orgãos de saúde.
(Fonte: Agência Einstein)