A endometriose afeta cerca de 7 milhões de brasileiras, e o diagnóstico do problema pode levar de 7 a 12 anos. Quem tem a doença sabe o quanto ela é dolorosa e o quanto pode prejudicar a qualidade de vida de quem menstrua.
Porém, segundo um estudo dirigido pelo Dr. Mauricio Abrão, Chefe do Departamento de Endometriose da USP, em conjunto com o Hospital das Clínicas, Beneficência de São Paulo e Cleveland Clinic, os resultados das cirurgias para retirada de endometriose foram muito melhores do que os procedimentos feitos antes desse estudo. Os pesquisadores acompanharam 413 mulheres após a adoção de novos protocolos diagnósticos e algoritmos de planejamento.
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“Ao traçar uma abordagem operatória criteriosa, os algoritmos gerados oferecem aos médicos um mapa estratégico individual para cada cirurgia, permitindo maior controle do procedimento e de seus resultados”, diz Mauricio. Esses novos protocolos fazem o diagnóstico da endometriose por imagem, sem a laparoscopia tradicional. O novo procedimento traça um algoritmo de planejamento cirúrgico, que visa reduzir os efeitos colaterais na bexiga e intestino, como é comum acontecer em quem opera a endometriose.
O algoritmo usado para desenvolver a melhor abordagem, principalmente para casos muito complexos, em que a doença já atingiu outros órgãos em volta do útero.
A endometriose pode causar infertilidade, hemorragias, fortes dores menstruais e nas relações sexuais. A deputada federal Carla Zambelli é uma das primeiras pessoas que foi operada com esse novo protocolo.