Estudo mostra que gestantes contaminadas pela covid-19 têm maior risco de complicações

Entre os problemas mais observados, estão pré-eclâmpsia e eclâmpsia, hipertensão gestacional e hemorragias

 

Por Isabella Sanches, da Agência Einstein

Uma pesquisa feita pela Universidade de Paris, na França, mostrou que mulheres grávidas contaminadas pelo novo coronavírus têm mais risco de apresentar complicações durante a gestação e o parto.

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O trabalho, publicado no periódico PLOS Medicine, analisou as internações para os nascimentos ocorridos na França durante os seis primeiros meses da pandemia. Nos resultados, os pesquisadores sugerem que a vacinação pode ser útil para proteger as mulheres e seus bebês — especialmente aquelas que possuem algum risco de desenvolver a forma grave da covid-19.

No total, foram analisados mais de 244 mil nascimentos após a 22ª semana de gestação, dos quais 0,36% foram de mães com covid-19. Com frequência, essas mulheres eram mais velhas ou com obesidade, estavam grávidas de mais de um bebê ou tinham histórico de hipertensão arterial.

Entre os problemas de saúde observados, os mais frequentes nesse grupo foram:

• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;

• Hipertensão gestacional;

• Hemorragias antes e depois do parto;

• Nascimentos prematuros por partos espontâneos ou induzidos;

• Necessidade de cesárea.

Casos de aborto, natimortos, diabetes gestacional, placenta prévia e coágulos, no entanto, não tiveram nenhum aumento substancial. “Nós observamos um aumento na frequência de mulheres grávidas com morbidades maternais e com o diagnóstico de covid-19, comparadas às mulheres grávidas sem covid-19. Parece essencial estar ciente disso, principalmente em populações com risco conhecido de desenvolver formas mais graves da infecção ou morbidades obstétricas”, destacam os autores da pesquisa.

Vacina protege grávida e bebê

De acordo com Lívia Munhoz, médica especialista em reprodução assistida pela clínica Huntington Medicina Reprodutiva e especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o estudo francês pode ser considerado como um dos maiores acompanhamentos de grávidas com covid-19 já feitos até agora.

O resultado, segundo a médica, reforça a associação da doença a desfechos desfavoráveis na gestação – algo que não era novo e já tinha sido observado anteriormente em estudos menores feitos na China, nos Estados Unidos e na Europa anteriormente. No entanto, ainda não está claro o motivo dessas complicações. “Ainda não sabemos se são lesões causadas diretamente pelo Sars-CoV-2 ou se estariam relacionadas à resposta inflamatória decorrente da infecção, principalmente em casos graves”, avalia Munhoz.

Para a especialista, a principal forma de evitar essas complicações é se protegendo da doença. “As vacinas são fundamentais e seguras, especialmente os imunizantes da Pfizer/BioNTech e Coronavac/Sinovac/Instituto Butantan, tanto na gestação como para a dose de reforço”, afirma a médica, que ainda lembra da importância de se evitar aglomerações e utilizar máscaras de boa qualidade sempre que for a algum ambiente de risco.

(Fonte: Agência Einstein)

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