Subir ou descer uma escada em vez de usar o elevador tem efeito benéfico direto na saúde.
Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
A importância do exercício físico para a saúde do coração não se limita apenas a frequentar uma academia ou manter uma regularidade no dia a dia. Um estudo publicado na “Nature” constatou que praticar três atividades de alta intensidade por períodos muito curtos – entre 1 e 2 minutos por dia – leva à redução de 48% no risco de mortalidade por problemas cardiovasculares e, por câncer, de 40%.
Ou seja: subir ou descer uma escada, em vez de usar o elevador, tem um efeito direto na saúde, mesmo que a pessoa não seja praticante assídua de atividades físicas. As diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam, semanalmente, a realização de 150 a 300 minutos de atividades moderadas ou de 75 a 150 minutos de atividade de intensidade vigorosa – em ambas as opções, há vantagem para a saúde. No entanto, pequenas doses da segunda opção também trazem algum benefício? Segundo o estudo, sim.
Os pesquisadores analisaram um banco de dados de 25 mil pessoas com idade média de 61,8 anos que não se exercitavam regularmente durante quase sete anos. Eles passaram a utilizar dispositivos eletrônicos para medir a intensidade dos exercícios que faziam diariamente. Os autores do estudo perceberam que aqueles que faziam episódios breves e esporádicos (com 1 a 2 minutos de duração) de atividade física intensa como parte da vida cotidiana tiveram redução no risco de mortalidade cardiovascular e por câncer.
Diferença entra exercício e atividade
O exercício físico pressupõe que você tem uma aula ou prática programada, pré-determinada, com um tempo de duração fixo e um objetivo a ser atingido. Já a atividade física é a mobilização ao longo de todo o dia do corpo gastando calorias por atividades comuns e cotidianas.
Segundo os autores, muitas atividades comuns da vida diária promovem esforços de intensidade relativamente vigorosa em adultos fisicamente inativos e, por isso, eles sugerem que incentivar esse tipo de comportamento esporádico (como andar mais rápido ao se deslocar para o trabalho ou para ir até a padaria) pode ser mais viável para algumas pessoas do que exercícios estruturados, que requerem compromisso de tempo ou acesso a equipamentos ou instalações.
Para o cardiologista do esporte Rodrigo Cardoso Porto, do Hospital Israelita Albert Einstein, esse estudo reforça a importância de sermos ativos fisicamente e que isso não necessariamente significa que é preciso realizar atividade física programada.
“Subir escadas, por exemplo, exige uma demanda cardíaca e uma reserva. Quando você soma pequenos exercícios que requerem essa demanda, você vai condicionando o seu aparelho cardiovascular e respiratório. Consequentemente você melhora os níveis metabólicos, adiciona intensidade às atividades diárias, além de somar e amplificar e os benefícios para a saúde como um todo”, afirmou.
De acordo com Porto, a alta intensidade do exercício ajuda a diminuir a massa gorda, melhora a massa magra, melhora os níveis metabólicos, reduz a resistência à insulina, menos casos de hipertensão e melhora os parâmetros de inflamação vascular (que causam aterosclerose).
“O exercício promove uma série de melhoras metabólicas e isso vai proporcionar uma proteção cardiovascular e até para alguns tipos de câncer. Muitas pessoas se queixam de falta de tempo. Mas incluir poucos minutos de atividade de alta intensidade no seu cotidiano vai fazer toda diferença”, finalizou.
Fonte: Agência Einstein
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