Muito conhecido por suas propriedades capazes de tratar a disfunção erétil, o Viagra é um medicamento desenvolvido exclusivamente para o organismo masculino. No entanto, uma curiosidade recorrente é o que aconteceria se uma pessoa sem pênis ingerisse o medicamento; saiba com informações do “IFL Science”.
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Como o Viagra funciona?
A sildenafila, princípio ativo do medicamento, foi descoberta originalmente em 1980 por cientistas da Pfizer que procuravam um tratamento para dores no peito relacionadas ao coração. A ideia era que a droga bloqueasse a ação de uma enzima chamada PDE5. Ao interromper o funcionamento do PDE5, a sildenafila faz com que os vasos sanguíneos relaxem, aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão sanguínea.
No entanto, um curioso efeito colateral da droga tornou-se aparente: ela causava ereções. Isso porque a PDE5 — enzima em que o princípio ativo atua — está presente, em grande quantidade, no tecido do pênis ereto. Isso significa que o medicamento aumenta o fluxo sanguíneo na genitália masculina, resultando em uma ereção. Como a disfunção erétil é um problema comum entre pessoas de todas as idades, já havia um mercado estabelecido para a pílula, que foi aprovada para uso médico nos Estados Unidos e na União Europeia em 1998.
Atuação do Viagra no organismo feminino
Foi comprovado cientificamente que inibidores de PDE5, como a sildenafila, também causam um aumento do fluxo sanguíneo para a vagina e o clitóris, resultando em uma ereção clitoriana. Isso ocorre porque a PDE5 também está presente nos músculos da vagina, do clitóris e dos lábios vaginais. Em 2008, um pequeno estudo publicado pela PubMed descobriu que o princípio ativo poderia ajudar mulheres que tomam antidepressivos com seus problemas de falta de libido, mas evidências mais consistentes nunca foram encontradas.
Além da falta de comprovação de que o Viagra realmente pode ajudar com a excitação sexual feminina, a droga ainda pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça, ondas de calor, tontura, náuseas, nariz entupido e distúrbios visuais. Também não é possível concluir se o Viagra é saudável para mulheres ou se pode prejudicar o organismo feminino.
Existe algum “Viagra feminino”?
As discussões sobre medicamentos como Addyi e Vyleesi, que prometem ter efeitos similares ao Viagra no organismo feminino, ainda são escassas e, muitas vezes, enganadoras. A Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA) aprovou ambos recentemente para tratar “distúrbio do desejo sexual hipoativo adquirido e generalizado”, essencialmente uma falta de libido, em mulheres na pré-menopausa.
No entanto, existe uma controvérsia significativa em torno dessas drogas. Ao contrário do Viagra, que desencadeia uma reação puramente fisiológica, o Addyi e o Vyleesi agem na química associada ao humor e ao pensamento no cérebro. A eficácia deles não é clara, pois os resultados são diversificados e estão associados a efeitos colaterais indesejáveis. Recentemente, a falta de medicamentos como o Viagra para mulheres, com resultados comprovados e de fácil acesso, despertou uma discussão acerca de como a sexualidade feminina é tratada na ciência.