A rosácea é uma doença vascular inflamatória crônica, que acomete cerca de 1,5% a 10% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pele do rosto avermelhada ou muito rosada, como se estivesse queimada de sol — sem estar, é a principal característica da condição. No entanto, os olhos também podem ser acometidos e, embora não tenha cura, realizar o tratamento adequado é essencial para evitar consequências à saúde.
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A dermatologista Maria Cristina Arci, pós-graduada em dermatocosmiatria e laser, membro titular da SBD, que atende em São Paulo na Human Clinic, explica que o diagnóstico é clínico, baseado nas manifestações da doença. Por isso, se atentar aos sintomas é essencial. No entanto, os sinais podem ir além da vermelhidão na pele.
“Pode ocorrer, também, espessamento da pele, que é mais comum na região do nariz (rinofima). Outros achados da doença são bolinhas vermelhas e pequenos vasos. Os pacientes com rosácea também podem evoluir com flushing (surtos de vermelhidão), sensação de calor, queimação e/ou dor, ressecamento e inchaço da pele. Já os sintomas mais comuns da rosácea ocular são queimação, pinicação, sensibilidade à luz e sensação de corpo estranho nos olhos”, informa a médica.
Victor Bechara, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e professor de Cosmiatria e de Doenças Dermatológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que pessoas de pele clara estão mais suscetíveis à condição. Contudo, fatores genéticos podem favorecer o surgimento. Maria Cristina complementa que, embora crianças possam desenvolver a doença, esse fator costuma ser diagnosticado entre 30 e 60 anos, com predomínio discreto em mulheres.
“A rosácea pode ter alto impacto na qualidade de vida, gerando estresse, baixa autoestima e depressão. A doença não gera um risco maior para câncer de pele, mas a exposição solar, que é considerada um dos fatores desencadeantes, é o principal fator de risco para câncer de pele”, garante a dermatologista.
Prevenção e tratamento para rosácea
Victor destaca que alguns fatores podem desencadear os surtos de rosácea com vermelhidão, nódulos e pontos de pus no rosto, como sol, calor, bebidas quentes, estresse emocional, vento, exercício físico intenso, álcool, clima frio e alimentos condimentados. Por isso, se atentar aos “gatilhos” é imprescindível para amenizar a condição.
Maria orienta o “uso de protetor solar, agentes de limpeza suave, hidratantes não gordurosos para peles sensíveis e evitar cosméticos à prova de água, tônicos com álcool e produtos com fragrâncias fortes”.
Pacientes com diagnóstico ou que apresentem as características da doença devem realizar acompanhamento dermatológico. Somente um profissional poderá prescrever o melhor tratamento, respeitando suas especificidades.
“A indicação [de tratamento] depende da manifestação clínica do paciente, sendo avaliadas a gravidade do quadro de vermelhidão, de lesões inflamatórias (bolinhas) e de vasinhos. E dependendo dessa avaliação, utilizamos cremes (como ivermectina, metronidazol, ácido azeláico, entre outros), medicações orais (como doxiciclina e isotretinoína) e tratamentos com laser, luz pulsada e até mesmo toxina botulínica. Na maioria das vezes, é útil a associação de dois ou mais protocolos e sempre com manutenções, de acordo com a recomendação do dermatologista”, finaliza Maria.