A acne é o principal motivo de consulta dermatológica no Brasil, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 2018. Mas engana-se quem acredita que a condição acomete apenas os adolescentes. Na fase adulta, especialmente entre as mulheres, a doença também pode se manifestar em vários graus, como aconteceu com Suellen Neves, 28, terapeuta holística, desenvolvedora do método Pele Livre Sim (PLS) e criadora de conteúdo.
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Como a maioria das adolescentes, Suellen Neves começou seu quadro de acne nesta fase, aos 12 anos. No entanto, a situação foi avançado e, após diversos tratamentos medicamentosos e diagnósticos equivocados de outras condições adversas de saúde, iniciou o uso do famoso — e temido — Roacutan, em 2017.
Embora a alternativa fosse vista, para ela, na época, como a mais eficiente, o medicamento resultou em depressão, bem como na piora do quadro dermatológico. “Na época, tive depressão e nem sabia. Ralei meu rosto com bucha vegetal, terminei meu relacionamento, cancelei uma festa de cansamento, me isolei, sai do emprego, tudo isso porque eu não sabia que estava com depressão. Não tinha informação sobre isso, nem meu médico falava”, relata.
Após a medicação, a terapeuta passou por um novo surto entre 2020 e 2021. “Ninguém tem coragem de te dizer: ‘Você pode tomar medicamentos, mas eles não vão te curar’”, destaca.
Ela explica que seu “sofrimento” a impulsou nos estudos sobre o assunto, bem como a motivou compartilhar sua história nas redes sociais, inicialmente no YouTube, para ajudar outras mulheres nesta situação. Assim, a terapeuta holística desenvolveu o método PLS, que tem como finalidade o controle a acne a partir do autoconhecimento, sem uso de medicamentos orais e tópicos, apenas com práticas orgânicas.
Atualmente, ela conta com mais 200 mil seguidores no Instagram e ultrapassa 100 mil inscritos em seu canal. 
O método PLS
“A acne é uma doença comum há muitos anos, mas ainda é novo o entendimento sobre os fatores que a influenciam. Ela não tem cura, mas é possível controlá-la. Para isso, acho importante o conhecimento e o autoconhecimento. Defendo a pele livre, para trazer informações para quem sofre dessa condição e para quem convive com pessoas que a tem. É importante entender o quanto isso é sério e envolve diversos aspectos”, pontua.
O método desenvolvido pela terapeuta — que a fez controlar sua própria acne — tem como foco o emocional, sem excluir outras medidas como o skincare, a partir de produtos naturais e receitas caseiras, recomendação de alimentos saudáveis e prática de atividade física. A técnica, entretanto, não exclui acompanhamentos médicos, incluindo dermatológico.
A influência do emocional
Segundo Suellen, a depressão pode trazer a acne, bem como a acne pode ocasionar a depressão. Por isso, com base em sua experiência e estudos, ela garante que o emocional é um dos principais pontos de atenção no controle da doença.
“Fiz uma pesquisa com minhas alunas [do método] e seguidoras que têm acne, 90% já sofreram abuso, assim como eu, que tive sete abusadores. A condição emocional está ligada a esses abusos, porque o nosso inconsciente trabalha para nos proteger”, relata.
Conforme ela, a pressão estética também tem grande influência. Por isso, aponta o autoconhecimento como o principal mecanismo para se desprender do julgamento alheio. “Nosso corpo é a nossa casa, se você não se sente bem na sua casa, não é outra pessoa que vai dizer: ‘pode ficar à vontade e sinta-se bem’.”
A criadora de conteúdo destaca que o maior desafio é o cuidado com a saúde mental, seguindo sempre as orientações de um profissional da área. Dessa forma, ela aponta que o autoconhecimento será uma consequência, resultando, ainda, na melhoria da acne e do bem-estar emocional.
Uma das dicas da terapeuta é realizar exercícios para consolidar o amor próprio, como se olhar no espelho todas as manhãs e proferir boas palavras para si.
Por fim, Suellen reflete: “A acne não define quem eu sou, não define quem você é. Minha pele não me define. Tudo isso fica ainda mais claro quando a gente entende nossos valores.”
