Oscilações de humor, ondas de calor, queda da libido, qualidade do sono afetada… Esses e outros sintomas desagradáveis elencam a lista de sofrimentos pelos quais alguém na menopausa pode passar. Felizmente, avanços da medicina — como a terapia de reposição hormonal (TRH) — podem amenizar os efeitos do período e garantir maior qualidade de vida às mulheres.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela femtech brasileira Plenapausa, 58% das mulheres se sentem menos produtivas no trabalho durante a menopausa e 87% delas se sentem emocionalmente instáveis no período.
Esse era o caso de Edna Mara Ferreira, de 53 anos. A corretora de imóveis relata que, até pouco tempo, sofria com cansaço, indisposição, retenção de líquidos, aumento de peso, irritabilidade e tristeza. Isso acabou, entretanto, quando foi submetida à terapia de reposição hormonal.
Como a terapia de reposição hormonal pode ajudar na menopausa
De acordo com Hugo Gatto, médico referência em implantes hormonais, a TRH é “a primeira linha de tratamento para menopausa e a mais efetiva para o período”. Trata-se de um recurso terapêutico que repõe, em uma dosagem “segura e assertiva”, os folículos ovarianos que diminuem ao longo do tempo no organismo feminino.
Como ponto positivo do tratamento, o especialista cita alívio dos sintomas vasoativos da menopausa (ondas de calor, mal-estar e sudorese), rejuvenescimento da pele, ação antidepressiva, redução dos níveis de colesterol, elevação da autoestima e diminuição da secura vaginal e do número de infecções ginecológicas e do trato urinário.
“O resultado é incrível. Todos os sintomas ruins já não existem mais”, assegura Edna, relatando ter sentido melhora nos sintomas em 15 dias após o início da terapia. “Retomei minha rotina ativa, melhorei minha performance no trabalho, perdi o peso que havia ganhado, recuperei minha libido, enfim… Me sinto jovem novamente”, declarou a paciente.
Os benefícios da TRH não se limitam, entretanto, à amenização de sintomas da menopausa. “Com a reposição hormonal, podemos reduzir, por exemplo, os riscos de doenças cardiovasculares, que são frequentes a partir da menopausa. Também diminuímos as chances de a mulher desenvolver osteoporose, um problema comum nesse período que pode causar sérios danos”, destaca Hugo. Isso porque a prática controla os níveis de estradiol no organismo, hormônio cuja queda está relacionada às condições citadas.
+ 6 hábitos alimentares que você deve adotar para preservar massa óssea
Como é feita a terapia de reposição hormonal
Embora a duração estimada do tratamento seja entre dois e cinco anos, cada paciente deve passar por exames e uma análise individual.
Hugo explica que o recurso inclui medicamentos progestativos, com estrogênio e estroprogestativos (a combinação de ambos). Eles podem ser administrados por comprimidos, pelo sistema intrauterino ou de forma percutânea (gel), transdérmica (selo ou adesivo implementados na pele) ou vaginal.
Atualmente, a terapia está disponível nas versões sintética e natural. O tipo de tratamento utilizado é determinado por um médico, que deve tomar a decisão baseando-se em resultados de exames e no histórico de estilo de vida de cada paciente. Daí vem a importância de um tratamento humanizado e individual.
Hugo relata que, quando sintética, a terapia pode ter alguns efeitos colaterais indesejados. No entanto, Edna — que passou pela TRH sintética — conta que não sofreu reações adversas e que o recurso melhorou, inclusive, crises de corrimento vaginal que experienciava ocasionalmente. Seu tratamento esteve aliado à dieta personalizada e à prática de exercícios físicos.
Quem pode passar pelo tratamento
Apesar de não existir idade limite para a realização do tratamento, nem todas as mulheres na menopausa estão aptas a passar por ele. Segundo Hugo, diagnósticos de condições como câncer de mama, tromboembolismo, insuficiência hepática, acidente vascular cerebral (AVC), distúrbios da coagulação e problemas neurológicos graves são contraindicações absolutas.
Como possíveis efeitos colaterais, o médico cita irritabilidade, dores de cabeça, sensibilidade nas mamas, corrimento, hiperplasia do endométrio, sangramento vaginal, ganho de peso, retenção de líquido, dificuldade no controle da glicemia, aumento de pelos, alteração da voz e risco de câncer de útero, ovários e mama.
No entanto, o tratamento deve ser feito sob o olhar cauteloso de um especialista, que indicará o melhor caminho a ser seguido frente a efeitos adversos e terá sempre o bem-estar da paciente como prioridade.