6 sinais de que um término de relacionamento se aproxima e como decidir o que fazer

Namoros e casamentos podem ser desafiadores. Afinal, tratam-se da adaptação à convivência com alguém cuja criação foi diferente da sua. Consequentemente, o modo de pensar, viver e agir dessa pessoa provavelmente serão diferentes dos seus. Mas e quando as diferenças fazem com que a união pareça não funcionar mais? Como saber se o término do relacionamento se aproxima — e como fazer isso?

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Após algum tempo de convivência, pode ser difícil aceitar a ideia de um rompimento. Afinal, você e seu(ua) parceiro(a) passaram por momentos bons e ruins juntos(as), tinham planos e provavelmente já tinham uma vida a dois.

No entanto, quando sentimentos ruins como angústia, ansiedade e estresse superam a sensação de amor e aconchego, talvez seu relacionamento já tenha chegado ao fim. A seguir, confira seis sinais de que o fim de seu relacionamento se aproxima e dicas de especialista para lidar com o momento.

A construção do relacionamento

À IstoÉ, a psicóloga e terapeuta de família e casais Giovana Gomes explica as fases de um relacionamento convencional: “O primeiro tijolo é assentado pela atração intelectual, sexual, afetiva, protetiva. E aí, entra-se no relacionamento. Vem aquele encantamento mágico, aquela paixão avassaladora, uma descarga de dopamina.”

A especialista ressalta que, no momento da conquista, usa-se artifícios garantidos com a experiência de vida e a bagagem familiar para garantir o encantamento inicial da outra pessoa. Com o passar do tempo, no entanto, a paixão avassaladora dá lugar ao amor. Esse processo pode levar entre 18 e 30 meses e a intimidade aumenta à medida que a relação se consolida.

Com isso, os diversos caminhos possíveis de serem seguidos podem ocasionar um eventual término. 

6 sinais de que um término de relacionamento se aproxima 

casal brigando, término de relacionamento
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1 — Seus valores são diferentes e inconciliáveis

À medida que a paixão se transforma em amor e a intimidade aumenta, Giovana explica que diferenças que antes pareciam pouco importantes passam a ter um peso maior. “Alguns valores começam a pesar de tal forma que a capacidade de negociar começa a ficar comprometida”, diz a especialista. 

Isso significa que, se seus valores religiosos, políticos, familiares e outros se desencontram dos de seu(ua) parceiro(a) e vocês já tentaram conversar sobre, sem sucesso, a possibilidade de término de relacionamento é iminente. 

2 — Não há comunicação

Este sinal pode ser especialmente verdadeiro para casais que têm filhos, como explica a psicóloga. Segundo ela, os sentimentos sobre o que é criar uma criança são acompanhados pelo estresse e pela escassez do tempo.

“Comumente, o casal se enxerga como ‘mãe’ e ‘pai’, e vai deixando de ver a sua função conjugal. A comunicação deixa de ser afetuosa e passa a ser funcional e exigente: ‘Pagou a escola? Comprou os ovos? Deu banho no menino? Entramos no cheque especial? Levou o carro no conserto?’”, aponta. 

A falta de comunicação pode levar a desencontros de opiniões, desconexão conjugal e, consequentemente, brigas. Afinal, quando não há uma comunicação sincera, tudo o que os tornaram um casal desaparece.

Além disso, a falta de intimidade também pode ser um ponto de impacto. “É recorrente também que a vida sexual deste casal se esfrie. Muitas vezes, é necessário até mesmo agendar um ‘encontro sexual’ com a parceria, para que não entrem em abstinência”, relata Giovana.

3 — Vocês estão sempre brigando

É normal que a convivência gere pequenos atritos. No entanto, as diferenças entre valores, a falta de comunicação e confiança e a inexistência de intimidade podem ocasionar brigas constantes. Quando as brigas tornam-se parte da rotina e o casal não recorre à ajuda profissional, é natural que o desgaste da relação tenha como próximo passo o rompimento.

4 — Vocês não se interessam em suprir as necessidades um(a) do(a) outro(a)

Com as brigas frequentes, Giovana explica que “o estresse e o cansaço são chamados para morar junto naquela casa, e o esforço em satisfazer as necessidades e desejos do outro não é mais interessante”. É possível, até mesmo, que você e seu(ua) companheiro(a) se esforcem para não dar o que o outro precisa, em uma tentativa de descontar todas as mágoas sentidas por si. 

5 — Você não lembra a última vez que se sentiu feliz

As fotografias antigas trazem à tona lindas memórias, mas você não consegue nem mesmo lembrar como se sentiu quando as tirou, pois não tem sido feliz há um bom tempo. 

“O indivíduo olha para aquelas memórias e sente a falta da relação e de si mesmo. Às vezes, voltar para casa não é mais tão bom como era, e as questões brotam naturalmente dentro de si: ‘onde a relação se perdeu? Onde eu mesma me perdi?’”, descreve a especialista. Se você se identifica, talvez seja hora de abrir portas para novas possibilidades, que podem incluir ou não um término de relacionamento.

6 — Há violência

De acordo com Giovana, casos de violência — física, psicológica, patrimonial, sexual e outras — são os únicos que extrapolam os recursos da terapia de casal. “Isso porque são casos criminosos que precisam de intervenções urgentes, no caso da polícia e do poder judiciário”, alerta a psicóloga. 

Se você tem sido vítima de violência doméstica, não hesite em reportar às autoridades. Sua denúncia pode ser o primeiro passo para o fim de um ciclo de desrespeito e agressões.

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É possível evitar o término de relacionamento?

Exceto em casos de violência doméstica, Giovana ressalta que pode ser possível reparar o relacionamento com a ajuda da terapia de casais. 

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Nela, “o casal é olhado com muito respeito, acolhimento e amor, bem como suas histórias familiares, muitas vindas de gerações atrás de avós, bisavós. Como um quebra-cabeça, cada um vai buscando a consciência das suas próprias dores e das dores familiares, e o que cada um está trazendo para a relação conjugal”, explica a especialista, destacando o peso dos hábitos familiares no relacionamento. 

“Quando um casal escolhe andar junto, cada um traz consigo uma ‘mala’ inconsciente, jeitos de viver e interpretar a realidade a partir do que se aprendeu em suas famílias originais. Ou seja, se relacionam não só como indivíduos, e sim com toda uma composição de glórias e dores de um sistema familiar”, continua. 

A recomendação da especialista é que se tente o máximo de recursos possíveis antes de optar pelo término da relação. “Inúmeras vezes, uma intervenção com alguém capacitado pode ser de grande auxílio para enxergarem pontos em que a relação foi se tornando turva.”

Quando optar pelo término

Quando já se esgotou todos os recursos possíveis e o rompimento é inevitável, Giovana indica que o autoconhecimento é necessário para fazê-lo com êxito. “Dependendo do nível de estresse em que o casal se encontra, os pensamentos ficam desordenados para lidar com a ruptura, constituir um novo formato de viver e se reorganizar como pessoa e família”, relata.

Ela indica, ainda, que sentimentos de tristeza, raiva, vergonha e depressão podem ser comuns nessa fase, mas que há vida após o término. “Um reencontro consigo e a redescoberta do amor próprio são caminhos de resgate para si. Com o tempo e com o amparo adequado, poderá se vislumbrar e conquistar novas possibilidades de vida, propósito e bem-estar”, finaliza a psicóloga.

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