A luta contra balança é um fator comum. No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2020), 60,3% da população adulta apresenta excesso de peso, com prevalência entre as mulheres (62,6%).
Casos de obesidade atingem 25,9% da população.
Os números explicam a alta busca pela cirurgia bariátrica.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), só em 2018 foram realizadas 63.969 cirurgias bariátricas no Brasil, número 4,38% maior que o ano anterior. Apesar da estimativa, a procura pelo procedimento ainda causa dúvidas e merece atenção.
Para que serve e quando fazer uma cirurgia bariátrica
A mudança no estilo de vida, com prática de atividade física e dieta, é sempre a melhor opção para o emagrecimento saudável e deve ser realizada por todos que desejam tal objetivo — que pode trazer além das consequências estéticas, melhorias na saúde. No entanto, quando não se obtêm o resultado desejado, em casos de obesidade classe 3 (IMC > 40kg/m2) e classe 2 (IMC > 35 kg/m2) associadas ou não a outras doenças, a cirurgia pode ser uma alternativa, explica o cirurgião bariátrico Carlos Saboya. Em alguns casos, há cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Existem diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos, sendo os dois mais realizados: o Bypass Gástrico, que envolve uma redução no volume do estômago e o desvio do intestino delgado, e o Sleeve, que consiste apenas na redução do tamanho do estômago. Em ambos os procedimentos há uma redução na ingestão alimentar e diminuição na absorção de nutrientes (vitaminas e minerais) e calorias”, detalha o médico.
Ambas as opções podem ser realizadas a partir de dois métodos: via convencional, em que se “abre” a cavidade abdominal, ou a partir de uma cirurgia minimamente invasiva, utilizando a laparoscopia e a robótica.
Para a devida indicação, é imprescindível consultar um cirurgião bariátrico. “Havendo critérios para a realização do procedimento cirúrgico, o paciente será avaliado por uma equipe multidisciplinar, que normalmente é composta por psiquiatra e/ou psicológico, nutricionista, endocrinologista, clínico/cardiologista e outras especialidades, a depender da condição de saúde do paciente”, detalha Saboya.
O que saber antes de fazer uma cirurgia bariátrica
Como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica requer atenção. Por isso, seguir as orientações da equipe multidisciplinar, desde a realização de diferentes exames a dieta, é imprescindível para um resultado efetivo e seguro.
Carlos reforça que a atenção ao período que antecede a cirurgia é fundamental. “Sobretudo, porque os pacientes com obesidade apresentam inúmeras doenças associadas, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, apneia/hipopneia do sono, colesterol e triglicérides elevados, assim como esteatose hepática, dentre outros”, pontua.
O médico ressalta que “todos aqueles que optarem por fazer uma cirurgia bariátrica devem estar conscientes de que o procedimento não cura esta grave doença”. “Há uma longa jornada que se inicia no momento que a cirurgia acaba. Mudanças no estilo de vida e acompanhamento permanente com a equipe multidisciplinar devem estar presentes ao longo de todo processo”, informa.
Cuidados pós-bariátrica
O período de pós-operatório também deve ser cercado de cuidados, que incluem recuperação da anestesia, fisioterapia para mobilização precoce do paciente e reintrodução de uma dieta especial adequada ao procedimento realizado.
“Outro ponto importante é a reposição das vitaminas, minerais e proteínas, visto que as alterações anatômicas geradas pelas cirurgias, podem levar a deficiências de macro e micronutrientes”, diz Carlos.
Também é recomendado que o paciente mantenha o acompanhamento psicólogo e/ou psiquiátrico, para se adaptar mais facilmente com os resultados, que incluem perda de peso mais rápida, nova silhueta, novas situações de vida no âmbito familiar, profissional e afetivo.
Por fim, o profissional destaca que manter o novo estilo de vida também é necessário, especialmente a prática de atividade física regular.