A felicidade é um dos objetivos mais importantes da vida da maioria das pessoas. De acordo com o “IFL Science”, de onde são as informações, “happiness” (“felicidade”, em inglês) foi a palavra mais pesquisada no Google durante a pandemia. Mas você já parou para pensar que a busca por ser feliz pode ser ruim para você?
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Isso se deve ao fato de que a procura incansável pela felicidade tem o poder de tornar pessoas mais egocêntricas. Ela pode exacerbar tendências individualistas, como procurar prazeres às custas de outras pessoas (como romper uma amizade porque ela não está sendo divertida), da sociedade (como dirigir rápido porque te faz feliz, mas põe vidas em risco) ou do meio ambiente (como manter o ar condicionado ligado durante a noite). Ironicamente, além de não fazer bem aos outros, esse egocentrismo também torna as próprias pessoas egocêntricas mais solitárias.
Quem é, realmente, feliz?
As pessoas que pontuam mais alto em qualquer ranking de felicidade são as que relatam ter boas trocas com a sociedade (apoiam os outros quando eles precisam e recebem apoio em troca), viver vidas significativas contribuindo para a sociedade (se esforçam para desenvolver habilidades que servem aos outros) e experimentar uma abundância de emoções positivas, que muitas vezes são criadas na companhia de outras pessoas (pessoas sorriem cerca de 30 vezes mais estando em grupo do que sozinhas). Esta é a ironia da busca obstinada da felicidade: concentrar-se apenas em si reduz as chances de vivenciá-la.
Fatores que levam à infelicidade
A ideia de que você deve procurar pela felicidade pode destacar a ausência dela em sua vida — e realçar a sua infelicidade. E quanto maior o desespero para encontrar a felicidade, maior a probabilidade do surgimento de sintomas de depressão. A implicação de que todos devem ser felizes, e que isso é fácil de alcançar, pode fazer com que você sinta que há algo errado com quem não está contente.
A obsessão da sociedade gerou uma indústria de pessoas e organizações que prometem maneiras rápidas de alcançar a felicidade. Essa é apenas uma das razões pelas quais o foco imutável na “felicidade” pode ser prejudicial.
Muitas vezes, é inapropriado falar de felicidade ao interagir com pessoas que sofrem de extrema pobreza, sofrem injustiça política, vivem conflitos devastadores ou enfrentam desastres naturais. Afinal, ser feliz não é prioridade nessas situações. Defender iniciativas para aumentar a felicidade pode levar as pessoas a se sentirem alienadas e incompreendidas. Em tempos traumáticos, implicar a felicidade como algo obrigatório pode ser uma ação sem empatia.
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Como favorecer seu bem-estar
A busca pela felicidade tem, como risco, o esquecimento do próprio bem-estar, que inclui conexões com pessoas, propósito de vida, senso de realização e autoestima. Aqui estão cinco atitudes que você pode adotar por seu bem-estar em detrimento da procura incansável pela felicidade:
• Assegure-se de que pode satisfazer as suas necessidades básicas e das pessoas de quem cuida;
• Regularmente, reserve algum tempo para realizar atividades que você considera prazerosas;
• Invista na construção e manutenção de relacionamentos positivos. Reúna-se com amigos, mantenha contato com familiares, cultive suas relações de trabalho;
• Esteja conectada com o que torna sua vida significativa. Isso pode ser apoiar um movimento social, seguir uma fé ou comprometer-se totalmente com o seu papel pessoal ou profissional;
• Melhore as coisas para sua comunidade, por exemplo, defendendo melhores serviços e fazendo trabalhos voluntários.