Então você se pesa e confirma: emagreceu. Todos os dias na academia e hambúrgueres negados valeram a pena, e a sensação de caber naquele vestido de dois anos atrás é a recompensa – até um mês depois, quando ele já não entra mais.
Tão difícil quanto emagrecer é manter o peso ideal e isso é (parcialmente) culpa sua! Em sua defesa, uma pesquisa australiana descobriu que, logo após os quilos irem embora, o organismo apresenta alterações hormonais que aumentam o apetite e desaceleram o metabolismo. Mas nada de usar isso como desculpa! O maior vilão continua sendo a dificuldade para manter a rotina.
A melhor maneira de continuar? Escolher como começar. Descobrir seu perfil é a chave para conseguir manter um novo estilo de vida que se adapte a seu estilo. Faça o teste e descubra.
RESULTADOS
Se o que te motiva é… aprender
Perder peso não é nenhuma ciência exata, mas bem que você queria que fosse. Você adora expandir seus conhecimentos e tem mais chances de sucesso se conseguir desenvolver corpo e mente ao mesmo tempo. Evite o lema monótono – e nada estimulante – “coma menos e se exercite mais”. Para você, a matemática tem que ser mais complexa que isso.
Alimentação:
Afunde-se nas leituras sobre hábitos de alimentação e culinária saudáveis. A forma certa de perder peso – e mantê-lo longe – é fazer uma reeducação alimentar, incorporando o novo cardápio de forma progressiva. “Introduzir a mudança aos poucos, entendendo o tempo que seu corpo precisa para se adaptar, é o que garante o equilíbrio”, explica a nutricionista Isabel Jereissati, do Rio de Janeiro, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, que aponta que não é preciso cortar quantidade, apenas fazer substituições benéficas.
Exercícios:
Troque a sua trilha sonora típica de academia por um podcast ou áudio-curso. Assim você se distrai do fato de que suas coxas estão queimando no Leg Press.
Se o que te motiva é… atingir metas
Dar o check nos itens da sua lista de afazeres é seu maior prazer oculto. O problema é que, depois de focar todas as suas energias em um desafio, sua atenção já vai para o próximo, correndo o risco de deixar o primeiro de lado e voltar aos maus hábitos. “Existe uma grande diferença entre ficar motivado e permanecer motivado”, explica a psicóloga Fabiane Curvo, do Rio de Janeiro. Ter foco é metade do caminho, mas é preciso pensar em como se manter nele.
Alimentação:
Em vez de focar em entrar em certo tamanho de roupa ou atingir um peso ideal – item que você vai riscar da lista assim que conseguir –, tente focar em algo que você possa incorporar ao seu estilo de vida a longo prazo, tornando a perda de peso apenas um efeito colateral. Comprometa-se a cozinhar mais, por exemplo. Pessoas motivadas por desafios tendem a se estimular visualmente: colecionar imagens inspiracionais de refeições que gostaria de experimentar pode ser um bom caminho.
Exercícios:
Liberte seu espírito competidor. Um estudo australiano descobriu que parceiros que competem contra o outro tinham resultados melhores no treino. Se não tem um alguém disposto ao lado, compita consigo mesma usando aplicativos como o Gym Pact (disponível grátis para iOS ou Google Play), que estimula a usuária a definir metas para si. Se não as atingir, o aplicativo desconta uma quantia em dinheiro da sua conta bancária – quer motivação maior que essa?
Se o que te motiva é… socializar
Nada de errado em precisar de outras pessoas. Aliás, aquelas que treinam ou fazem uma dieta a dois (ou mais) têm mais chances de conseguir serem bem sucedidas na meta. O problema é que você é apenas tão forte quanto seu companheiro de luta. Ou vai dizer que quando a amiga se entrega àquela pizza você resiste?
Alimentação:
Pesquisadores da Duke University, nos Estados Unidos, observaram que pessoas que se comprometeram a mandar mensagens para alguém ou publicar nas redes sociais sempre que comiam de forma saudável, durante o período de seis meses, perderam cerca de 2,5 kg, enquanto as que guardavam a informação para si ganharam 1 kg. “Dietas podem deixar a pessoa pouco sociável, já que deixamos de sair com os amigos ao não poder comer no restaurante escolhido para a confraternização, o que torna a motivação para os próximos regimes ainda mais complicada”, ressalta Claudia Kalil, coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Escolha um parceiro para lembrar que você não está sozinha!
Exercícios:
Outro estudo, da Kansas University, dos EUA, chegou à conclusão de que um companheiro de exercícios pode ajudar em 200% no estímulo para emagrecer, ainda que essa pessoa seja um amigo virtual – de comunidades da internet, por exemplo. Mas é importante lembrar de seguir o treino passado pelo seu personal e não aceitar dicas da amiga. “Tenha sempre em mente: o que funciona no outro nem sempre vai funcionar para mim”, explica Isabel.
Se o que te motiva é… a emoção
Viciados em adrenalina como você estão sempre em busca de um novo estímulo. Mas a sua natureza inquieta também significa que você não se dá bem com regras rígidas ou monotonia, e não ter uma rotina pode fazer sua dieta ir por água abaixo.
Alimentação:
Compras por impulso são movidas pela euforia, então sempre leve uma lista – e mantenha-se a ela – nas visitas ao mercado. E, já que você vai acabar comendo qualquer coisa que vir pela frente no momento de emergência, mantenha um acervo de snacks saudáveis. “As pessoas tendem a achar que uma escapada ou outra não muda o resultado final e, quando menos percebem, isso vira hábito”, alerta Isabel.
Exercícios:
Você nunca vai amar a esteira, mas pular de paraquedas ou bungee-jumping não é tão eficaz na perda de peso. Solução? Adapte-se, levando seu treino para fora da academia. Mudar o cenário ajuda, assim como não sentir o tédio do mesmo lugar fechado todo dia, especialmente se você variar sua rota semanalmente. Estudos comprovam que mudar o caminho do treino com frequência pode desafiar os músculos a trabalharem mais, o que ajuda a queimar mais calorias.
Atenção! Se mesmo seguindo a nova rotina, seus quilos continuam voltando, procure um endocrinologista. “O organismo de cada pessoa lida de forma diferente com a alimentação, e só o médico vai conseguir apontar o real motivo”, diz a endocrinologista Mariana Farage, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, do Rio de Janeiro.