A importância da introdução alimentar ganhou destaque nos últimos anos entre mães e pais. Afinal, a formação de hábitos saudáveis começa nos primeiros anos de vida e se reflete até a fase adulta, como destaca a nutricionista infantil Beatriz Saramago, da Jornada Mima, primeira healthtech nacional especializada em alimentação para a primeira infância. Contudo, iniciar esse processo pode ser um desafio, acompanhado de muitas dúvidas.
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A introdução alimentar costuma ser indicada a partir dos seis meses. No entanto, Beatriz alerta que o início do processo pode depender além do fator idade e, por isso, os pais e responsáveis precisam estar atentos aos sinais de prontidão do bebê. “Interesse pela comida quando alguém está comendo perto dela e levar objetos à boca — esses são sinais que o pequeno está interessado e curioso pelo alimento. Já depois dos seis meses, os sinais de fome costumam evoluir e o bebê começa a se inclinar ainda mais em direção à colher, pegar os alimentos e apontar para a comida”, pondera.
Para iniciar o processo efetivamente, a profissional orienta: “Primeiro de tudo, a família precisa ser saudável e consumir no dia a dia, junto com a criança, frutas, legumes, verduras e comidas saudáveis e coloridas.”
O que oferecer na introdução alimentar
É imprescindível se atentar ao que oferecer na introdução alimentar. Para isso, vale consultar profissionais habilitados no assunto, a fim de definir o melhor plano, conforme as especificidades de cada criança e família.
Conforme a especialista, no Brasil, o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de dois anos, produzido pelo Ministério da Saúde, traz diretrizes sobre como deve ser a diversidade alimentar dos pequenos. Na lista estão os cinco grupos alimentares indispensáveis para essa fase.
Entre os tipos de alimentos necessários estão: carboidratos (que fornecem energia e calorias necessárias para o crescimento e desenvolvimento da criança), leguminosas (ricas em proteína, ferro e fibras, fornecendo os aminoácidos necessários ao organismo), proteínas (que oferecem ferro e outros nutrientes essenciais para a formação de ossos e músculos) e vegetais dos tipos A e B (que têm função regulatória e garantem o funcionamento do sistema imunológico do desenvolvimento motor e cognitivo).
“Esse maior acesso à variedade pode ajudar a criança a ser menos seletiva em relação aos alimentos, a aceitar melhor comidinhas novas e diferentes, fazer as refeições com mais gosto e ter um menor desejo por bebidas açucaradas”, destaca Beatriz, que também é responsável pela produção das refeições orgânicas e saudáveis da Jornada Mima.
Açúcar, temperos e papinhas podem?
Entre os “vilões” da alimentação estão os doces. “O açúcar é proibido até os dois anos de idade, tanto o açúcar de adição (acrescentado por conta própria) de qualquer tipo, mesmo os de boa qualidade, como o mascavo e demerara. O açúcar também está presente em alimentos processados e ultraprocessados, bebidas como o refrigerante, suco de caixinha, bem como em balas e doces (caseiros ou industrializados)”, informa a nutricionista.
Em relação aos temperos, Beatriz explica ser permitidos os naturais — após os seis meses. Além disso, ela informa que não ser recomendados os apimentados, já que podem irritar a mucosa estomacal da criança.
Sobre o antigo e tradicional método de “papinha”, a especialista pontua que nesse tipo de preparação os alimentos devem ser amassados com o garfo ou raspados, e até, separados no prato. “Isso porque, quando a comida é batida no liquidificador ou peneirada, os alimentos perdem fibras e tendem a ficar ralos, o que pode prejudicar a aceitação de sólidos no futuro. E também, acabam não estimulando o paladar, pois o bebê não consegue reconhecer o sabor de cada alimento”, conclui.