Além de ser uma maneira de promover liberdade e pontuar a importância de manter a saúde sexual, a positividade sexual é um estilo de vida que substitui a vergonha por prazer e julgamentos por libertação.
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Com informações do “Healthline”, entenda exatamente o que é positividade sexual e como aplicá-la ao seu dia a dia.
O que é positividade sexual?
A positividade sexual é a premissa de que o sexo pode ser algo positivo na vida de uma pessoa. “Mais do que apenas isso, porém”, diz a educadora sexual Goody Howard, “a positividade sexual é a ideia de que as pessoas devem ter espaço para incorporar, explorar e aprender sobre sua sexualidade e gênero sem julgamento ou vergonha”.
“[O conceito] Envolve ser imparcial e respeitoso em relação à diversidade de sexualidade e expressões de gênero, desde que haja consentimento”, explica a terapeuta focada em traumas e educadora sexual Aida Manduley, acrescentando que a positividade sexual promove um conjunto específico de ações.
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Acima de tudo, a positividade sexual valoriza o consentimento, a comunicação e a educação que permite que as pessoas façam escolhas informadas sobre seus corpos e prazer.
‘Negatividade sexual’ existe?
É mais provável que, a menos que você esteja trabalhando ativamente para se tornar sexualmente positiva, você seja uma pessoa carregada de “negatividade sexual”. No entanto, o problema não é você: é a sociedade.
Goody explica: “A negatividade sexual está enraizada na maneira como toda a nossa sociedade opera. É dizer às meninas para vestir mais roupas, mesmo nos dias mais quentes, antes de saírem de casa. É uma advertência às mães para não amamentar em público, embora seja para isso que os seios foram feitos.”
Outros exemplos de negatividade sexual incluem:
• Violência contra profissionais do sexo;
• Educação sexual com o propósito de incentivar abstinência e aquela que ensina apenas sobre reprodução;
• Educadores sexuais sendo banidos de redes sociais;
• Slut shaming e culpabilização da vítima.
“A negatividade sexual aborda o sexo e a sexualidade a partir de um lugar de medo, opressão e estigma”, declara Aida. Trata-se da presunção de que a sexualidade humana é inerentemente suja, perigosa, repugnante, antinatural, incontrolável, prejudicial e arriscada.
Por que a positividade sexual existe?
O psicanalista Wilhelm Reich é frequentemente creditado por cunhar o termo sex positivity — positividade sexual — na década de 1920, quando afirmou, ao contrário da crença popular, que o sexo é realmente uma coisa boa e saudável.
A ideia, entretanto, não ganhou muitos adeptos naquela época, e sim durante a revolução sexual na década de 1960.
O principal ponto da positividade sexual é acabar com a vergonha e os julgamentos sobre sexo, sexualidade e sensualidade. “Ser controlado pela vergonha e pelo julgamento é uma experiência miserável — inibe seu prazer, piora sua saúde mental e interfere em sua vida”, declara a educadora sexual Erica Smith.
Como sexo e sexualidade são conceitos tão vastos que se entrelaçam com todas as áreas de nossas vidas, Aida ressalta: “Tornar-se positiva para o sexo pode ser uma tremenda fonte de saúde, celebração, cura e bem-estar”.
E você não precisa, ativamente, fazer sexo para apoiar a positividade sexual, “mas você tem que acreditar genuinamente que outras pessoas podem fazer sexo da maneira que quiserem com quem quiserem, desde que o consentimento esteja envolvido”, explica Erica.
Como me torno sexualmente positiva?
Trazer a positividade sexual para seus valores requer paciência, tempo, compromisso e coragem.
“Requer uma dedicação contínua para se tornar cada vez mais inclusiva e consciente”, aponta Aida. “Requer um compromisso com a prática de filosofias e práticas anti-opressivas.”
De acordo com Goody, o primeiro passo é perceber todas as vezes que você não está sendo sexualmente positiva — provavelmente porque você cresceu em uma cultura sexualmente negativa. “Digamos que você pense que uma mulher é ‘vagabunda’ ao usar uma miniblusa”, diz ela. “Pergunte a si mesma: por que reagi dessa maneira? Por que me senti assim?”
Da mesma forma, ela diz, “se você estiver julgando alguém por ser poliamoroso, pergunte a si mesma: por que isso me deixa desconfortável? Que passos eu preciso tomar para parar de me sentir assim?”. Então, dê esses passos.