Consumo de carne pode estar relacionado à esclerose múltipla e ao mau funcionamento do intestino, afirma estudo

Más notícias para os amantes de churrasco. Um estudo publicado no periódico “eBioMedicine” confirmou que uma dieta rica em carne está ligada, além da esclerose múltipla (EM), a um microbioma intestinal com menos bactérias que digerem carboidratos.

+ Segunda Sem Carne: receita de nhoque de banana verde com molho de tomate

+ Vegetariana, com esses alimentos cheios de ferro, você diz adeus à anemia

O estudo, feito com 49 participantes, sugere que doenças autoimunes podem estar correlacionadas aos alimentos ingeridos e mudanças no ecossistema intestinal, levando a marcadores inflamatórios mais altos no sangue. As informações são do “IFL Science”. 

“Este é o primeiro estudo usando uma abordagem integrada para analisar a interação entre dieta, microbioma intestinal, sistema imunológico e metabolismo e sua contribuição para a patogênese e progressão da doença em pessoas com EM”, explicou Laura Piccio, uma das autoras da pesquisa.

O estudo

Para testar uma correlação, os pesquisadores reuniram 49 participantes: 24 pacientes com EM e 25 controles saudáveis. Várias leituras foram feitas em cada um, incluindo sequenciamento do genoma do microbioma intestinal, análise de marcadores inflamatórios no sangue e diários alimentares de quatro dias. Os pesquisadores, então, usaram técnicas avançadas de análise para identificar correlações entre qualquer uma das métricas.

Nos pacientes com esclerose múltipla, houve correlações significativas entre a doença e uma relação corrompida entre sistema imunológico e microbioma, além de alterações no metaboloma sanguíneo. Especificamente, foram encontrados níveis aumentados de metabólitos de carne (que resultam do consumo de carne), diminuição da abundância de certas bactérias no intestino e um nível maior de moléculas sinalizadoras pró-inflamatórias no sangue. As mudanças nas bactérias intestinais foram associadas à gravidade dos sintomas da EM no paciente.

Juntos, os resultados sugerem uma forte ligação entre o alto consumo de carne e os níveis de marcadores inflamatórios no sangue, possivelmente decorrentes de uma interrupção no microbioma intestinal. Além disso, o consumo de carne elevado foi relacionado, nos dois grupos, a um microbioma intestinal menos capaz de digerir carboidratos de vegetais.

“É cada vez mais sugerido que a carne deve ser consumida com moderação por várias razões, incluindo o fato de ser rica em gorduras saturadas e poder promover, através de bactérias intestinais, substâncias com efeitos potencialmente prejudiciais à nossa saúde”, declarou a autora.

A pesquisa tem um tamanho de amostra limitado e só identificou correlações até o momento, mas esses estudos destacam a importância de considerar múltiplas variáveis ​​no estudo de doenças complexas.

Back to top