Buscando trazer conscientização acerca de algumas condições que afetam o intestino, esta quinta-feira (19) marca o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII). Segundo a Câmara Municipal de São Paulo, a campanha, pertencente ao Maio Roxo, tem como finalidade ressaltar a importância do diagnóstico precoce de doenças de Crohn e retocolite ulcerativa.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a incidência média no Brasil de doença de Crohn e retocolite é de 7 para cada 100 mil habitantes. Contudo, embora pareça um fator baixo, é imprescindível se atentar aos cuidados com a saúde intestinal e compreender as condições.
Saúde do intestino
Em entrevista ao jornal “Estado de Minas”, a nutricionista pós-graduada em nutrição funcional e membro da diretoria científica do motor de processamento de exames da startup CalcLab, Karla Lacerda, explica que o intestino é povoado por uma gama de bactérias benéficas à saúde.
Fatores como infecções, tipo de parto, uso de antibióticos e genética podem, eventualmente, influenciar a microbiota intestinal. Dessa forma, é necessário “atentar-se aos hábitos e qualidade de vida como um todo e não apenas incluir vegetais na alimentação”, alerta Karla.
Fatores que afetam o intestino
A especialista expõe, ainda, que a DII — grupo de doenças inflamatórias crônicas do trato gastrointestinal — tem causa desconhecida e não tem cura. Os sintomas da DII podem incluir dor abdominal e de cabeça, diarreia, febre, sangue nas fezes, fadiga, perda de apetite, perda de peso, inchaço, alterações de humor, náuseas, úlceras na boca, anemia e intolerâncias alimentares.
Nesse sentido, Karla revela que uma predisposição genética ao surgimento da doença existe, mas que a DII também pode ser resultado de um sistema imunológico com anomalias.
Dentre os fatores que podem afetar a saúde intestinal e a qualidade do microbioma intestinal, a nutricionista cita “o alto consumo de alimentos industrializados e baixa ingestão de alimentos naturais, infecções, baixo consumo de fibras e fitoquímicos, excesso de proteínas animais, alergias e hipersensibilidades, baixa hidratação, falta de mastigação, ingestão de líquidos nas refeições, sedentarismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas”.
De acordo com ela, a combinação dos maus hábitos supera quaisquer vantagens genéticas. Em contrapartida, bons hábitos de vida podem suprimir fatores genéticos indesejáveis.
Importância do estilo de vida na prevenção da Doença Inflamatória Intestinal
Segundo Karla, os seguintes fatores podem ativar os genes que levam à doença e agravar os sintomas de DII:
• Dieta;
• Estresse;
• Carência de zinco;
• Vitaminas D e A;
• Parasitoses;
• Infecções;
• Etilismo;
• Alergias alimentares;
• Obesidade;
• Metais tóxicos e toxinas ambientais.
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Analogamente, a alimentação tem um papel fundamental para potencializar a saúde do intestino, dando ênfase à remoção de alérgenos, redução de gorduras saturadas e inclusão de nutrientes. Deve-se evitar:
• Gorduras industrializadas;
• Leite e derivados;
• Açúcar;
• Alimentos que aumentam a produção de gases (como couve-flor, alho, feijão, repolho e batata doce);
• Cafeína;
• Álcool;
• Sorbitol;
• Alimentos picantes ou com muitos conservantes;
• Balas e goma de mascar;
• Frutose em excesso;
• Aditivos químicos presentes em alimentos ultraprocessados.
Karla também encoraja, sob o mesmo ponto de vista, hábitos como a prática de atividades físicas, terapia e técnicas de relaxamento, “visto que corpo e mente estão relacionados e a tensão emocional pode influenciar o curso da doença”, como cita o portal. Além disso, a hidratação é essencial para um bom funcionamento intestinal.
Diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal
O diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal é feito a partir da análise clínica de sintomas combinada à análise laboratorial de exames de sangue, fezes, de imagem e endoscopia para doença de Crohn ou colonoscopia para colite ulcerosa.