O café é uma das bebidas queridinhas entre os brasileiros, porque além de saboroso, promete dar energia para as atividades do dia a dia — mas não é bem assim. Portanto, se você costuma incluir a cafeína na sua rotina para se sentir mais ativa, é melhor repensar, pois o efeito reverso pode estar acontecendo e, consequentemente, te fazendo sentir ainda mais necessidade desse consumo com frequência.
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“O paradoxo da cafeína é: a curto prazo pode ajudar na atenção, no estado de alerta, em algumas tarefas cognitivas e nos níveis de energia. Porém, o consumo em excesso ou o impacto de longo prazo podem acarretar o efeito oposto”, reforça o psicólogo Mark Stein, que estudou o impacto da cafeína em pessoas com Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em entrevista ao “The New York Times”.
Para entender como isso acontece, Seth Blackshaw, neurocientista que estuda o sono, explica que ao longo do dia, as células e tecidos usam e queimam energia na forma da molécula adenosina trifosfato (ATP). À medida que isso acontece — durante os pensamentos, exercícios e realização de tarefas – as células geram uma substância química, chamada adenosina, como subproduto que resulta na sonolência.
A ação contrária do café está relacionada a essa resposta natural de sonolência do corpo. Segundo a especialista, a cafeína evita que a adenosina se ligue aos receptores cerebrais, assim, suprime temporariamente a pressão do sono, enquanto a adenosina continua a se acumular no corpo.
“Se está dormindo menos, está estressada e depende da cafeína para melhorar, é apenas uma solução a curto prazo e pode piora as coisas com o passar do tempo. Você vai adicionar mais doses ao seu expresso, mas o impacto negativo no seu sono vai continuar e isso é cumulativo. Uma vez que a cafeína passa, você atinge um nível muito alto de pressão do sono e a única maneira de aliviar e redefinir isso é dormindo”, explica Blackshaw.
Outra evidência é que quanto maior o consumo de cafeína, maior a tolerância do corpo a ela. Os especialistas recomendam beber com moderação e em menor frequência. Ao perceber os impactos desse composto, vale parar por um período e voltar de forma gradual.
“Monitore seu sono e certifique-se de que está dormindo bem. Sono adequado e atividade física são as intervenções de primeira linha para problemas de atenção e sonolência. A cafeína pode ser apenas um complemento, mas você não deve se tornar dependente dela”, finaliza o psicólogo Mark Stein. As informações são do “The New York Times”.