Depois da lactose, a moda do momento é tirar o glúten da dieta. Mas parece que a restrição feita por quem não é celíaco (portador(a) de celíaca, doença autoimune causada pela intolerância ao glúten) pode trazer problemas para a saúde. De acordo com um estudo recente, essa dieta aumenta o risco de exposição a componentes químicos que podem causar doenças cardiovasculares, câncer e efeitos neurológicos.
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Alimentos sem glúten geralmente contêm farinha de arroz como substituto do trigo. E uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), da USP, mostrou que o arroz acumula grandes quantidades de metais tóxicos, incluindo arsênio e mercúrio. As informações são da “Women’s Health”.
Para complementar a ideia de que a falta de glúten pode fazer mal à saúde, pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Illinois, em Chicago (EUA), analisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição nos EUA para encontrar uma ligação entre a dieta sem glúten e a presença de metais tóxicos no sangue e na urina.
No estudo, eles acharam 73 participantes que não comiam glúten, entre os 7471 que completaram a pesquisa, entre 2009 e 2014. As pessoas adeptas da restrição apresentavam concentrações mais altas de arsênio em sua urina e mercúrio em seu sangue.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição prolongada ao arsênio presente em água e comida pode causar câncer, lesões na pele, problemas de desenvolvimento, doenças do coração, diabetes e danos ao sistema nervoso. Os sintomas da contaminação por arsênio incluem vômito, dores abdominais e diarreia. O mercúrio também é perigoso para gestantes e crianças. Ele pode provocar alteração no desenvolvimento neurológico e no sistema nervoso.
Mas apesar dos riscos, os pesquisadores disseram que não podem afirmar que esse tipo de dieta traz riscos reais às pessoas. Seriam precisos mais estudos a longo prazo para determinar o perigo do “glúten free”.